Eu também tenho!

Vendo que Carolininha, a nossa mulinha amada, começou a escrever suas peripécias de infância, resolvi que também devo abrir meu bauzinho de memórias com vocês. Como sempre fui uma santinha resolvi começar com uma historinha de quando tinha mais ou menos uns 5 anos e já mostrava a minha malemolência!

“Um belo dia, enquanto estava na pré-escola e a madre superiora do Colégio fazia seu passeio matinal, resolvi me aproximar do doce criatura e com toda a minha meiguice a abordo e falo:

- Irmã Cecília, a sra. pode me levar na casa de Papai do Céu?

A pobre freira, vendo uma menininha fazendo esse pedido, a tira da salinha de aula e resolve conduzir aquela criancinha à Capela do Colégio. Durante o caminho a nobre madre diz para a menina?

- Karol, que gesto lindo o seu, pedindo pra ir à casa de Papai do Céu! É muito raro ver uma criança da sua idade pedindo isso!

Como eu não era nem um pouco boba, já tinha arquitetado todo um plano na minha cabecinha (que é igual a do incrível mundo de Bob) e com um sorriso angelical caminho de mãos dadas a ela, sem dar mais um pio por todo o percurso.

Chegando próximo da Capela, eu solto a mãe da madre superiora e saiu correndo em direção ao parquinho, que desde o começo era o lugar que eu desejava ir. Aquela era a visão do paraíso, o parquinho do colégio todo só pra mim, poderia brincar em qualquer brinquedo sem ter que dividi-lo com nenhum menino chato.

Pena que tudo aquilo durou pouco, só o tempo da bondosa madre conseguir me alcançar, por as mãos nos quadris e me chamar. Como formiga sabe a roça que come, não deixei ela me chamar mais de uma vez, e logo no primeiro chamado fui correndo em sua direção. Desde esse dia nunca mais consegui sair da salinha pra ir na casa de Papai do Céu, porque será heim?”