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20.12.06
19.12.06
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18 de Dezembro
"É fácil perder a coragem quanto até mesmo as pessoas mais próximas e mais queridas perdem a fé em você. Mas, embora nós possamos discordar quanto a assuntos importantes da crença, não devemos brigar, em nenhuma circunstância. Agora vamos tentar esquecer todas as palavras pouco gentis que foram ditas, e todos os gestos poucos gentis que foram feitos"
Jostein Gaarder - Mistério de Natal (pág 192)
16 de Dezembro
"Não haveria por que criar o mundo se não houvesse crianças para ficar sempre descobrindo o mundo outra vez. E é dessa forma que Deus está sempre criando o mundo, vezes e vezes sem conta. Ele nunca irá terminar, pois sempre estão chegando novas crianças, e elas descobrem o mundo pela primeira vez."
Jostein Gaarder - Mistério de Natal (pág 170)
15.12.06
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11.12.06
Abrindo um ( )
Nova aula de antônimos
Publicado em 10.12.2006
Ódio é aquele gosto ruim na boca, que vários autores, não por acaso, já definiram como “travo”. Geralmente é a evidência física de que o corpo ainda não se livrou das toxinas que ficaram impregnadas na corrente sanguínea. Veneno introduzido pela forma subcutânea – a mais traiçoeira delas. Um emplastro colocado sobre a pele que – tal qual aquele adesivo recomendado para os que querem deixar de fumar – vai liberando aos poucos quantidades graduais de tudo o que ofende, tudo o que é porcaria, até que o corpo, saturado, passe a encará-las com repugnância, como a um inimigo. Ódio deixa um gosto metálico na boca. E é ruim, porque atrapalha o milk-shake, o cachorro-quente, a pipoca no cinema. Fica tudo com gosto de íon, seja lá que gosto íon tenha.
Ódio jamais poderia ser o antônimo de amor simplesmente porque um é tão onipresente, tão onisciente, quanto o outro. Quando odiamos uma pessoa da qual acabamos de nos separar parece que o universo conspira para fazer com que não só a gente esbarre com ela em todo o canto, como não faltam aqueles amigos que estão sempre prontos para nos reportar as últimas peripécias de sua vida. Quando amamos, o primeiro pensamento do dia – aquele mesmo antes de tirar a cabeça do travesseiro e esfregar os olhos – é para o objeto do nosso amor, com o ódio também, só que é um pensamento acompanhado por um leve alterar do ritmo cardíaco, uma espécie de extra-sístole, a arritmia causada, entre outras coisas, pelo estresse. Ódio estressa. Ódio é como café expresso tomado aos goles: bota pra marchar o sangue, dá uma leveza na cabeça, turva a vista, adormece o paladar. Assim como o amor.
Amor anda tão juntinho de ódio que muita gente reluta em largar um ou outro. Ódio deixa o corpo tão retesado quanto o gozo do amor. Mas incomoda, não deixa a gente ir à praia, não permite que a gente se jogue na pista de dança, esbravejando os refrões de Madonna. Com ódio, a gente não explode ao som de suas canções, a gente implode com elas:
“I don’t wanna hear, I don’t wanna know
Please don’t say you’re sorry
I’ve heard it all before
And I can take care of myself
I don’t wanna hear, I don’t wanna know
Please don’t say forgive me
I’ve seen it all before
And I can’t take it anymore”
A indiferença, esta sim, é o antônimo do amor. Porque ela é a negação espontânea daquilo que já vivemos um dia. Não conseguimos ser indiferentes quando assim decidimos, ou se é ou não se é. Caso contrário, é apenas ódio disfarçado. A indiferença só aparece depois que tudo deixou de existir, o amor e o ódio que passaram através da gente e fizeram um estrago danado. Ela é como um dia de semana quando não se precisa ir trabalhar e, ainda por cima, o sol está brilhando, a maré tá seca e não se tem hora para almoçar. Uma folga. Uma delícia. O ódio é como amor de malandro, a gente mantém ele junto mesmo que nos espanque e maltrate. Até o dia em que a gente realiza: eu não preciso disso. A indiferença é uma companheira sossegada, amiga da tranqüilidade e absolutamente incorruptível. Quando ela chega, nada mais nos abala: nem a ingratidão, nem a desfaçatez, nem as mentiras. Ela é, aliás, a única porta possível para o perdão. Indiferença nunca pode ser confundida com vingança, essa prima-irmã do ódio, ela só deveria ser sinônimo de um outro tipo de amor, o amor próprio.(flávia gusmão, in: http://jc.uol.com.br/jornal/2006/12/11/col_35.php)
10.12.06
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1 de Dezembro
"Enquanto corriam, Elisabet ouviu o relógio da igreja bater três horas. Isso lhe chamou a atenção, pois ela sabia que tinha vindo a cidade no ônibus das cinco horas. Talvez os ponteiros do relógio estivessem tão cansados de girar na mesma direção, ano após ano, que agora, de repente, tinham tomado o sentido contrário. Elisabet pensou consigo mesma que talvez os relógios também se aborrecessem de fazer a mesma coisa o tempo todo ."
Jostein Gaarder - Mistério de Natal (pág 20)