31.8.06

...

"Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!"

Mário Quintana

O homem da Alice




O pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique




(...) passe para cá, fique do meu lado, compre minha briga, chore comigo que vou te contar tudo (...)

paulo leminski

29.8.06



"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... sei lá do quê!"


Florbela Espanca

27.8.06

Não queremos ser nada demais
Não queremos ser como ninguém.
Queremos apenas ter a liberdade para sermos nós mesmas (o que já não é fácil, hein?)
Não pretendemos atingir a perfeição (o que é mesmo perfeição?)
O mundo já está tão difícil, pra que tornar as coisas ainda mais difíceis?
Estamos apenas indo, sentindo, experimentando
Ter a liberdade de ser sem precisar explicar
Já dizia Saint-Exupéry que as pessoas grandes têm sempre necessidade de explicação...
Para que tentar explicar o que é inexplicável?
Eu realmente não entendo as pessoas (grandes).


Se você, que está agora lendo este blog, em algum dia de sua vida se sentiu um estranho no ninho nesse mundão que Deus nos deu de bom grado, não se desespere, você não foi o primeiro e, tampouco, será o último.

25.8.06

Alice Ruiz ;)

"já não temo os fantasmas
invoco a todos
que venham em bando
povoar meus dias
atormentar minhas noites

entre tantos
loucos e livres
existe um
que é doce
e que me falta"

(Alice Ruiz)


Hoje eu fui um dia maravilhoso, vi essa diva pessoalmente!!!
Graças a Mulinha ganhei autógrafos, muito lindo!!!
Quando crescer quero ser igual a ela..
será que consigo?
:D

22.8.06

Vazio

Além dela o que não pode ser dito.

Vazio de palavras, pleno de significação.

Talvez o nada, mas não nada.

Talvez o infinito, mas não tudo.

18.8.06

"Tu não és um homem de verdade. Tu não passas de um cogumelo!"

"As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando.
(...)
Quando encontrava uma que me parecia um pouco lúcida, fazia com ela a experiência do meu desenho número 1, que sempre conservei comigo. Eu queria saber se ela era verdadeiramente compreensiva. Mas respondia sempre: "É um chapéu". Então eu não lhe falava nem de jibóias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Punha-me ao seu alcance. Falava-lhe de bridge, de golfe, de política, de gravatas. E a pessoa grande ficava encantada de conhecer um homem tão razoável."

(O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry)
Estava eu sozinha em casa, sem nada para fazer e me peguei pensando em como não há coisa alguma que persista em todo o universo. Tudo flui, e tudo só apresenta uma imagem passageira. O próprio tempo passa como um movimento contínuo, como um rio... o que foi antes já não é, o que não tinha sido é, e todo instante é uma coisa nova. Vês a noite, próxima do fim, caminhar para o dia, e à claridade do dia suceder a escuridão da noite... não vês as estações do ano se sucederem, imitando as idades de nossa vida?Com efeito, a primavera, quando surge, é semelhante à criança nova... a planta nova, pouco vigorosa, rebenta em brotos e enche de esperança o agricultor. Tudo floresce. O fértil campo resplandece com o colorido das flores, mas ainda falta vigor às folhas. Entra, então a quadra mais forte e vigorosa, o verão: é a robusta mocidade, fecunda e ardente. Chega, por sua vez, o outono: passou o fervor da mocidade, é a quadra da maturidade, o meio-termo entre o jovem e o velho; as têmporas embranquecem. Vem, depois, o tristonho inverno: é o velho trôpego cujos cabelos caíram como as folhas das árvores, ou os que restaram, estão brancos como a neve dos caminhos. Também nossos corpos mudam sempre e sem descanso. E também a Natureza não descansa e, renovadora, encontra outras formas nas formas das coisas. Nada morre no vasto mundo, mas tudo assume aspectos novos e variados... todos os seres têm origem noutros seres.Existe uma ave a que os fenícios dão o nome de fênix. Não se alimenta de grãos ou ervas, mas das lágrimas do incenso e do suco da amônia. Quando completa cinco séculos de vida, constrói o ninho no alto de uma grande palmeira, feito de folhas de canela, do aromático nardo e da mirra avermelhada. Ali se acomoda e termina a vida entre perfumes. De suas cinzas, nasce uma pequena fênix, que viverá outros cinco séculos... assim também é a Natureza e tudo que nela existe e persiste.

OBS: Ninguém precisa ler essa observação, mas se alguém insistir, digo, mesmo sem ter vontade, que tudo isso aí em cima é obra do filósofo Ovídio retirado do seu livro "As metamorfoses". Como é que eu não pensei nisso antes?

Milágrimas
(Alice Ruiz e Itamar Assumpção)


em caso de dor ponha gelo
mude o corte de cabelo
mude como modelo
vá ao cinema dê um sorriso
ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo

se amargo foi já ter sido
troque já esse vestido
troque o padrão do tecido
saia do sério deixe os critérios
siga todos os sentidos
faça fazer sentido
a cada mil lágrimas sai um milagre

caso de tristeza vire a mesa
coma só a sobremesa coma somente a cereja
jogue para cima faça cena
cante as rimas de um poema
sofra penas viva apenas
sendo só fissura ou loucura
quem sabe casando cura
ninguém sabe o que procura
faça uma novena reze um terço
caia fora do contexto invente seu endereço
a cada mil lágrimas sai um milagre

mas se apesar de banal
chorar for inevitável sinta o gosto do sal do sal do sal
sinta o gosto do sal
gota a gota, uma a uma
duas três dez cem mil lágrimas
sinta o milagre
a cada mil lágrimas sai um milagre

16.8.06

CLARICE


"Não quero ter
A terrívelLimitaçãode quem vive apenas do que é passívelde fazer sentido.
Eu não: quero é uma verdade
Inventada."

15.8.06

Dorme, minha pequena, não vale a pena despertar
eu vou sair por aí atrás da aurora mais serena
dorme, minha pequena, não vale a pena despertar
Gaetano Ligrani

13.8.06

A saga de Charlinho


A saga de Charlinho

Charlinho era um pequeno anfíbio (vulgo sapo - ou rã, sei lá) que vivia muito feliz em uma residência na cidade de Olinda. O seu dia-a-dia se resumia em descobrir novos esconderijos e comer pequenos insetos, além de procurar escapar dos enormes poodles que moravam na casa. Até que num dia escuro do mês de junho, as duas pequenas humanas que habitavam nessa casa o capturaram e o colocaram para morar num baldinho vermelho. As duas eram insanas e cruéis, o maltrataram muito, amarraram um cordão nele e o levavam para "passear". Quando o pobre Charlinho já estava arruinado de tanto cansaço, elas acharam pouco e o colocaram numa aula de natação (encheram o tanque da área de serviço com água e o jogaram lá dentro). No fim do tenebroso dia, elas o colocaram no balde vermelho para dormir. No outro dia, ao acordarem, as duas malévolas foram logo conferir o balde e... surpresa... Charlinho havia desaparecido. A humana insana malévola cruel menor chorou desesperada "mainha, Charlinho morreu", porém, até hoje não se sabe qual fim levou o pobre sapo.

OBS: Sim, eu sei que o bicho da foto NÃO é um sapo, mas faz o mesmo efeito.

12.8.06

Bonecas Tipo Zero


Tipo Zero

Hoje me deparei com uma música de Noel Rosa, Tipo Zero, vou colocá-la pra vocês lerem e depois vou fazer um breve comentário....


“Você é um tipo que não tem tipo
Com todo tipo você se parece
E sendo um tipo que assimila tanto tipo
Passou a ser um tipo que ninguém esquece
O tipo zero não tem tipo

Quando você penetra no salão
E se mistura com a multidão
Esse seu tipo é logo observado
E admirado todo mundo fica
E o seu tipo não se classifica
E você passa a ser um tipo desclassificado
O tipo zero não tem tipo não”

Depois do primeiro contato com a letra, achei que essa música se enquadra perfeitamente com as bonecas com manual, afinal aqui ninguém faz tipinho, somos realmente meninas tipo zero, autenticas até a raiz dos nossos cabelos (e neles não se tocam ouviu, eles são de nuvens e de bombril). Cada uma com sua personalidade forte e autentica, assimilamos muito e através de uma metamorfose ambulante e constante transformamos cada estímulo externo em algo que vai se tornar único....Não vou ficar aqui definindo as personalidades das bonecas, afinal todas bonecas são únicas e ricas de traços de personalidade.... Fica só um aviso aos navegantes, aqui ninguém faz tipinho, mesmo que alguns desavisados pensem o contrário....

4.8.06

O começo de uma nova era...

o mundo deve se preparar para uma nova era...
criamos nosso blogger!!!!
:)

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Ela só me faz um cafuné
E depois me olha com vontade
Sua casa é azul e verde
Cercada de grandes árvores
Nos segredos dela se aposta viu?
Nos cabelos dela não se toca ouviu?
Eles são de nuven ou bombril?
Eles são ousados ou só seus?
Essa boneca tem manual?

Mas é que ela mora na janela
Junto ao seu gato e um mistério
Desenha um rabisco no caderno
Espia um belo eterno?
Que será que ela vê naquela TV feita de pau amarelo?
Viaja estudando o espaço
No seu vestidinho de morango?
Na insistência da imaginação
Pobre coraçãoPobre coração, tum tum tum tum
Démarrer démarrer
Essa boneca tem manual?

Os homens odeiam
As mulheres adoram
Onde esse moço passa, elas choram
O assunto é ele, o tesouro é dele
Onde esse moço passa, elas choram
Por ele há fome o belo se come
Onde esse moço passa, elas choram
Será que é touro e adora vermelho?
Onde esse moço passa, elas choram
O belo e a sua ingratidão
Pobre coração
Pobre coração, tum tum tum tum
Démarrer d-ci

Jandira, corre lá... Só para ver...
Essa boneca tem manual?